Noite das sombras
Certa noite eu estava em meu quarto já passava das 02:00, estava de
frente ao computador escrevendo um texto para o blog que eu tinha na época.
Ouvindo Iron Maiden escrevendo um texto sobre o amor, era uma atitude que só
poderia ter vindo de mim. Afinal era uma jovem boba e inocente que estava muito apaixonada na época.
Meu cachorro não parava de latir para um gato
preto que se escondia da chuva na telha da varanda. Chovia muito aquele dia, eu não
tinha aula e meus pais estavam no trabalho. Em casa estava apenas eu, meu cachorro e o gato visitante.
Eu já estava quase terminando o
texto, havia virado o dia no computador digitando, ouvindo lá a vigésima música, quando levantei para buscar um copo d’água. Olhei pela
janela e estranhei pois no relógio marcava 8:00 da manhã e o Sol não havia aparecido, estava tudo tão
escuro quanto a noite. A cor das nuvens no céu repetia a cor da calça de moletom
que eu vestia. Os raios eram tão fortes, que parecia que iria rachar a Terra ao meio ou que Deus estava muito furioso com alguém
Ao chegar perto do computador e notei que meu editor de texto havia se fechado sozinho sem que eu conseguisse salvar meu trabalho que passei horas digitando. E estranhamente o papel de parede do computador tinha sido substituído por uma tela preta e os
ícones da área de trabalho tinham desaparecido.
Sentei-me na cadeira de frente o computador e procurei uma forma de resolver o problema. Mas nada adiantou...
Apenas o mouse se mexia, apenas
a barra de tarefas aparecia, apesar de poder mexer o mouse eu não conseguia clicar em nada.
Tentei então, desligar o
computador da tomada. Ao puxar o fio, ouvi um barulho muito forte e estridente que fizeram até meus ossos tremerem e ao mesmo tempo vi
um clarão muito forte na janela. Era um raio que cairá próximo de casa.
Levantei-me do chão, e o
computador permanecia ligado, estranhei e me abaixei novamente para checar a tomada, mas estava desligada... Nesse momento senti uma força
estranha agindo sobre mim, eu não conseguia me mover, pois algo me movia. Então essa força me fez sentar na cadeira, não conseguia mover um músculo sequer, tentei mover a cabeça, o
pescoço, as pernas, mas foi tudo em vão. A única coisa que movia era meus braços que se movimentavam quando eu
aplicava muita força, mas não conseguia passar da altura dos ombros. Era como
se algo estivesse me segurando, mas não tinha ninguém no quarto.
Eu não conseguia sentir o calor
humano me segurando, somente uma forte sensação de desconforto, e notei que com certeza o que me prendia ali estava dentro de mim. Rapidamente, a tela do computador começou a
piscar em vários tons de cores.
Com um olhar estagnado e sem poder me mexer comecei
a sentir fortes dores de cabeça, mas não conseguia fechar os olhos. Então comecei a sentia dores nos olhos,
mas não conseguia mexer a cabeça para outra direção.
Na tela, começaram a aparecer
diversas imagens aleatoriamente. Essas imagens iam de crianças e animais fofos,
á pessoas com fantasias estranhas, rituais indígenas, canibalismo, pedofilia, rituais
satânicos, pessoas mortas, pessoas dilaceradas, sadomasoquismo extremo, assassinatos, cenas de torturas, brutalidades inimagináveis feita pala humanidade.
As imagens em minha frente eram como as da Deep
Web, mas ainda pior, grande parte das fotos era em preto e branco, muitas meio difícil de se saber o que tinha na imagem, masa dava pra saber que era algo muito aterrorizante.
Minha respiração estava ofegante e pesada como se tivesse algo encima do meu peito, suava frio e tremia muito.
__ O que está acontecendo comigo? - Pensei comigo mesma...
__ O que está acontecendo comigo? - Pensei comigo mesma...
Foi nesse instante que a minha cadeira começou a se
mexer sozinha. Ela girava para um lado e para o outro, deu uma volta e parou
de frente ao computador. Começou então, a reproduzir-se um vídeo na tela.
Nele aparecia uma criança, em
meio um local escuro que parecia uma casa velha. A menininha balançava o corpo
para trás e para frente. Era uma menina de pele branca, cabelos negros e lisos,
um belo sorriso e um olhar penetrante. Aqueles olhos castanho-escuros eram vivos
demais para estar em um vídeo comum. A imagem se aproximava do rosto da
garota, até que apenas seus olhos aparecessem na tela. Tudo desapareceu e o
monitor se desligou, fazendo um estalo dentro dele, como se tivesse queimado.
A cadeira voltou a se mexer, girava
e girava, até que parou de forma que eu ficasse de frente á porta do quarto. Lá havia uma pessoa parada que me esperava, de
costas pra mim com a cabeça virada para trás olhando para a porta, usando um casaco preto, com capuz, Ele se virou completamente de frente a
mim.
Suas mãos se forçavam uma de
frente á outra. Na mão direita ele usava um anel no dedo médio, assim como o
que eu usava quando era adolescente. Foi nesse momento que olhei par
ao rosto dele. Seu rosto era deformado, sua pele era queimada, com seus olhos
vermelhos como uma brasa e suas unhas compridas.
Involuntariamente, me levantei
e fiquei frente-a-frente com aquela criatura horrenda. Eu olhei no fundo de seus olhos
vermelhos tive a sensação que iria queimar a minha alma, e então eu senti que aquela criatura era eu.
__ Não é possível !!! - Eu pensei...
__ Não é possível !!! - Eu pensei...
A criatura aproximou-se, passou
a mão em meu rosto, e começou a dizer essas palavras, soprando-as sobre mim com
seu bafo podre de enxofre:
__Tu já conheces teu corpo, agora tu conheces tua alma. Eu sou a sua alma moldada pela sua sociedade. Todos tem uma alma desta dentro de si. E eu venho agora para destruí-la, da maneira mais demorada e dolorida... Antes que é claro que o seu "Deus" a salve de tamanha brutalidade... HAHAHA
Nesse momento, um raio atingiu o telhado e acertou a criatura que soltou um grito estridente e assustador... Ele havia desaparecido da minha frente deixando apenas umas marcas no chão. Eu senti o como se o raio tivesse passado pelo meu
corpo, senti uma forte dor da cabeça aos pés, nessa mesma hora eu desmaiei.
Acordei então, de frente ao
computador, meu texto ainda estava lá, a música ainda tocava, meu cachorro
mordia minha meia. Eu tinha ficado com o braço em cima do teclado, meu texto
estava todo bagunçado com caracteres espalhados pelas frases.
Me questionei se o que havia acontecido havia realmente acontecido, mas disse a mim mesma que tinha sido somente um pesadelo...
Me questionei se o que havia acontecido havia realmente acontecido, mas disse a mim mesma que tinha sido somente um pesadelo...
Resolvi ir até a cozinha tomar
um copo d’água com açúcar. Chagando na cozinha olhei para cima e levei um grande susto por que notei que
o telhado estava com o buraco do raio e as marcas deixadas no chão, perto da marca havia um bilhete escrito
"A sabedoria não entra em uma alma maligna"
"A sabedoria não entra em uma alma maligna"
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